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  • Foto do escritorLucas Lima

O lado B de "A Revolta Dos Dândis"

Álbum ultrapassa fronteiras de grandes sucessos e traz faixas aclamadas por fãs dos Engenheiros


Humberto Gessinger
Humberto Gessinger| Foto: Luigi Vieira

Quando Humberto Gessinger iniciou sua carreira como músico, no longínquo ano de 1985, não imaginava que o grupo que tinha montado para uma apresentação em um festival de faculdade, os Engenheiros do Hawaii, iria angariar performances por todo o Brasil, quiçá por países além de nossas fronteiras. Também nem pensava que o segundo disco de estúdio da banda, “A Revolta Dos Dândis”(1987), seria um clássico do rock nacional.


O registro tem suas peculiaridades, como a ausência de bateria no hit “Terra de Gigantes”. A verdade é que um dos produtores encantou-se pela faixa, porém, viu como necessidade a inclusão do instrumento. Humberto, acompanhado de seus colegas Augusto Licks e Carlos Maltz, acataram o pedido… Ao menos, em partes. Foi feita apenas uma virada de bateria durante a música inteira, incluída mesmo “só para inglês ver”.


O disco teve bons êxitos no país inteiro e alavancou a carreira do grupo com sucessos como “Infinita Highway” e “Refrão de Bolero”. Mas você conhece o lado B desse disco tão emblemático?


Com canções que misturam letras enigmáticas ou mesmo irônicas com sonoridades bem singulares, as canções mais obscuras do álbum são as preferidas dos fãs de carteirinha dos Engenheiros. O que dizer, por exemplo, dos versos de "Vozes": "Se você ouvisse as vozes que ouço à noite/Acharia tudo que eu faço natural". A música segue em um tom melancólico, característica de destaque de Gessinger como letrista. Segundo o baterista Carlos Maltz, a letra é autobiográfica, isto é, muito pessoal.


Já "Guardas da Fronteira" conta com um tom crítico, embora Humberto já explicou que a lírica apenas traz a narrativa de um um bebâdo na sacada de um apartamento. A sonoridade tem veias orientais e a música faz referência a Jean-Paul Sartre, um dos grandes nomes do existencialismo. A faixa ainda tem a participação do cantor Júlio Reny.


Outros grandes destaques desse lado B são "Quem Tem Pressa Não Se Interessa", que teve a bateria gravada no banheiro da RCA e "Além dos Outdoors", com uma introdução feita por um sintetizador, simulando um telégrafo.


Gessinger, já em carreira solo, comemorou os 30 anos de "A Revolta Dos Dândis" em 2018, com um show feito no Pepsi On Stage, em Porto Alegre. A gravação, que tem produção da gravadora carioca Deck, está disponível na WePlay, primeira plataforma de Vídeos On Demand focada em shows do Brasil.


Na ocasião, o álbum foi tocado de cabo a rabo, com Rafa Bisogno na bateria e Felipe Rotta na guitarra. A apresentação na íntegra para o registro prova que o álbum ultrapassa as barreiras dos grandes sucessos, principalmente com a grande massa de fãs de Humberto e dos Engenheiros.


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